O prefeito Rubens Bomtempo se
reuniu hoje com a presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene
Ramos, e reafirmou que irá rediscutir com o órgão todas as ações para o Vale do
Cuiabá. Bomtempo solicitou ao Inea a entrega de todos os projetos em andamento
para conhecimento e análise da atual administração.
“Tem
um mês que assumi a Prefeitura e não seremos omissos como o governo passado. O
que está sendo feito pelo Estado na região não atende aos interesses da
população. As famílias querem e precisam estar inseridas no projeto. São
pessoas que perderam entes queridos, amigos e as suas casas. O poder público
precisa, no mínimo, levar isso em consideração”, disse Bomtempo.
A
falta de diálogo entre o Estado, o poder local e os moradores foi criticado:
“Só vamos avançar quando perceberem que o trabalho deve ser feito em conjunto,
com a construção de uma linguagem única. É por isso que me proponho a
participar diretamente deste problema para a construção de um projeto onde a
prioridade seja os moradores”.
O
problema das pontes do Vale do Cuiabá foi um exemplo dado pelo prefeito Rubens
Bomtempo para explicar a falta de presença e sensibilidade do poder público na
região. “A reconstrução ou até mesmo a melhoria de pontes para dar dignidade e
o direito ao cidadão de ir e vir não foi realizada até hoje. A Prefeitura
deveria ter assumido essa responsabilidade junto com o Estado para dar uma
resposta imediata. O mais importante é a pessoa que vive lá e que depende dessa
estrutura. Dois anos se passaram e nenhuma melhoria foi realizada nesses
acessos danificados. É uma falta de respeito”, destacou.
A
presidente do Inea, Marilene Ramos, concordou que houve pouco entendimento e
disse ainda que “ás vezes não tem como compatibilizar os interesses do Estado
com os das famílias”. Marilene explicou também que o a faixa de exclusão
obedeceu aos critérios hidrológicos: “A participação da Prefeitura será muito
importante e imprescindível. Estamos abertos ao diálogo e vamos apresentar tudo
a esta administração”, garantiu.
No
dia 14 de janeiro o prefeito enviou ofício à Secretaria de Estado de Ambiente e
à Secretaria de Estado de Obras, com cópia para o Governador Sérgio Cabral
solicitando uma reunião em caráter de urgência e a paralisação e rediscussão do
projeto executivo em andamento. A decisão foi tomada por Bomtempo depois de uma
reunião no dia 12 de janeiro, data que marcou os dois anos da tragédia, com as
principais lideranças comunitárias da região, além de representantes da
Defensoria Pública, do Centro de Defesa dos Direitos Humanos, de todo
secretariado municipal e de diversos representantes da Câmara Municipal.
Na
ocasião, Bomtempo recebeu a informação de que o projeto oferecido pelo Governo
do Estado em parceria com a União para sanar as graves consequências das chuvas
na região, não atende aos interesses dos moradores, que alegam nunca terem
tomado conhecimento do mesmo em sua íntegra.
Os
moradores também não estão satisfeitos com o valor da compra assistida das
casas oferecido pelo Governo do Estado porque se mostra abaixo dos valores que
são pagos pelas unidades habitacionais construídas para a população que recebe
de 0 a 3 salários mínimos.
Fonte: Ascom PMP
Foto: Evaldo Macedo
Fonte: Ascom PMP
Foto: Evaldo Macedo